Por que e para que viaja o brasileiro? * Por: Professor Cristiano Mello

          Ultimamente muitos brasileiros estão conseguindo realizar os seus sonhos. Viajar, esquecendo da vida e do relógio. Aliás, férias é sinônimo de ócio e tempo livre para saborear os prazeres da vida. A meu ver, percorrer caminhos diversos e distantes é fator primordial para enriquecimento cultural e espiritual. Nos últimos três anos, consegui realizar viagens fantásticas que me motivaram a enxergar a vida de outra maneira. Diante disso, é oportuno dizer que: o cotidiano árduo casa trabalho/trabalho casa enfraquece a mentalidade do cidadão.

            Atualmente, os pacotes turísticos e as passagens aéreas superam um grande glamour de vendas pelo público de baixa renda. O escritor João do Rio já exclamava: “Hoje não. A coisa é inteiramente outra. Parte-se do principio de que não é preciso ser rico para viajar”. Viajar de avião para esse público foi o primeiro passo para conhecer novos lugares. As finalidades e interesses que motivam essas viagens são distintos, além do passeio de férias: visita aos familiares, estudos, viagens de negócios, entre outros.

            Bandeirantes, tropeiros e naturalistas europeus conquistaram novas fronteiras após suas ações desbravadoras. Não obstante, foi através desses acontecimentos que cidades foram fundadas e erguidas ao longo dos séculos. Exemplos? Tomamos a cidade de Canudos, no Sertão Nordestino, documentada através do intelectual positivista Euclides da Cunha, autor do clássico Os Sertões.   

            O tema literatura de viagens desperta cada vez mais um número maior de estudos em diversas ramificações do conhecimento. Filósofos, historiadores, cronistas-viajantes – todos com olhares de etnógrafo. Estes pesquisadores realizam uma grande missão – tentar compreender os caminhos literários entrelaçados, compostos de vários discursos e linguagens, inseridos diretamente no âmbito dessas andanças. Como diz o crítico-social Octavo Ianni: “Por toda a história das ciências sociais, os principais autores têm sido viajantes ocasionais ou permanentes.”

            Como relata Machado de Assis: “Viajar é multiplicar a vida. De país em país, de costumes em costumes, o homem nasceu com propensão e gosto para isso, renova-se e transforma-se”. Todavia, a experiência de estar em lugares distintos, visitando culturas diferenciadas, o cidadão se torna cidadão do mundo. Por outro viés, o escritor Mário de Andrade na sua obra O turista aprendiz, conduz o leitor a perquirir o interior nordestino, assimilando o folclore regional, danças típicas e cultura local. Enfim, viajar é possível para todos. Liberte sua imaginação e até a próxima viagem caro leitor!  

 

 

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