No segundo dia da greve dos(as) servidores(as) públicos do Paraná, 85% de escolas tiveram as atividades paradas parcial ou totalmente. Apesar do governador Ratinho Junior cancelar a reunião que estava marcada para negociar as reivindicações, a mobilização foi mantida e mais categorias aderiram ao movimento.
Em Maringá, docentes e agentes universitários da Universidade Estadual de Maringá (UEM) se reuniram em assembleia e confirmaram adesão à greve, por tempo indeterminado.
Em Curitiba, pela manhã os(as) trabalhadores(as) se concentraram em frente ao Palácio Iguaçu. No local aconteceu uma aula pública sobre a reforma da Previdência. Na parte da tarde, um ato foi realizado em frente a Secretaria da Fazenda.
Nesta quinta-feira (27), a concentração em frente ao Palácio Iguaçu começa às 9h. Em seguida está prevista a realização de ato no departamento da Perícia Médica, localizado no mesmo prédio da ParanaPrevidência, pela manhã.
Na parte da tarde, em frente ao Palácio Iguaçu, haverá uma aula pública sobre o Projeto de Lei Complementar 4/2019, que congela data-base, promoções e progressões por 20 anos.
O comando de greve também já definiu a realização de um ato estadual na próxima segunda-feira (1º). A mobilização vai reunir em Curitiba servidores(as) das diversas categorias do serviço público, de todas as regiões do estado.
Reivindicação
Os(as) trabalhadores(as) reivindicam o pagamento de 4,94% referente a inflação dos últimos 12 meses, e a negociação dos atrasados. As perdas acumuladas passam de 17%. De acordo com o economista Cid Cordeiro, os servidores(as) estão deixando de receber o equivalente a dois meses de salário por ano.
Segundo os estudos orçamentários do FES, com base em relatórios oficiais divulgados pela Secretaria da Fazenda, o governo Ratinho Junior tem condições de atender a reivindicação dos(as) servidores(as) sem qualquer risco para a saúde financeira do estado.
As informações são assinadas pelo economista Cid Cordeiro. O especialista destaca que o gasto com pessoal é o menor dos últimos 10 anos. Em março deste ano, a imprensa oficial do governo do Paraná divulgou que o estado lidera o ranking nacional de saúde financeira. Em 2018, a arrecadação com impostos foi R$ 2,2 bilhões a mais do que o previsto pela Sefa.
Só promessas
Em 2018, Ratinho liderou um grupo de deputados(as) na Assembleia Legislativa do Paraná para exigir da ex-governadora Cida Borghetti o pagamento da reposição salarial, a data-base. Na época, o então deputado publicou em sua rede social uma entrevista, de cerca de quatro minutos que concedeu ao vivo a um canal de TV, onde defendeu a reivindicação dos servidores(as).
Durante a campanha eleitoral, Ratinho Junior prometeu se reunir com os sindicatos em um dos primeiros atos do seu governo para garantir o pagamento da data-base. Passados seis meses de gestão, Ratinho ainda não se reuniu com os sindicatos.
No início deste ano, em outra promessa, o governo disse que teria uma proposta até o final de abril. Não cumpriu.
O governo só passou a dialogar oficialmente com os(as) trabalhadores(as) depois da manifestação que reuniu mais de 10 mil em Curitiba, no último 29 de abril. Dessa vez a promessa era apresentar uma proposta em até 30 dias.
Foram realizadas oito reuniões entre técnicos(as) e lideranças dos sindicatos para debater a pauta de reivindicações. O prazo acabou e o governo não fez nenhuma proposta, empurrando os servidores(as) para a greve.