APP participa de audiência sobre violência na escola


As pessoas presentes no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Paraná, na manhã desta quarta-feira (1º), acompanharam atentamente as opiniões dos palestrantes convidados pela Comissão de Educação daquela Casa para falar sobre o bullying e a violência na escola. Antes das falas, os participantes foram saudados pelo deputado Evandro Jr., que estava acompanhado do deputado estadual Professor Lemos, ambos membros da Comissão.

A direção da APP-Sindicato acompanhou o debate, que teve entre as palestrantes a secretária Educacional da entidade, professora Janeslei Albuquerque. Além dela, também compareceram a professora Marlei Fernandes, presidenta da APP, o secretário de Imprensa Luiz Carlos Paixão, a secretária de Políticas Sociais Silvana Prestes, de Assuntos Jurídicos, Áurea de Brito, de Gênero e Igualdade Racial, Lirani Franco, de Aposentados, Tomiko Falleiros e de Organização, José Ricardo Donatti Corrêa .

A terceira a falar, Janeslei alertou o público para uma série de questões. A começar pelo termo da língua inglesa adotado para descrever o problema. “É mais um sinal da nossa subordinação colonial”, criticou. Segundo ela, o bullying é um tipo de violência aprendida pelo jovem na sociedade e reproduzida no ambiente escolar. “Parece-me que a juventude aprende no mundo amplo de que o mais forte pode humilhar, pode tripudiar, pode constranger o mais fraco. E reproduzem esse comportamento na escola”, avalia.

E se este tipo de violência não é produzido na escola, mas sim um aprendizado cultural, uma questão precisa ser respondida: onde os jovens aprendem isto? “Na televisão, na família, quando tem situação de violência, na política, nas relações entre países, em que um humilha e pisa no mais fraco”, descreve Janeslei. Ao enxergar o contexto, defende a secretária da APP, é possível, então, contrapor a ideia de que este é um comportamento exclusivo da escola.

“Ajuda a escola pensar que sociedade nós queremos. E como a escola pode contribuir para construir essa sociedade. Se desejamos uma sociedade democrática, temos que educar o cidadão no exercício da democracia, não para a democracia, sem que ela a exercite, conheça e pratique isto no âmbito da escola. Se a escola é hierarquizada, autoritária, abusa do poder, oprime, vai ter reação. A toda a ação corresponde uma reação igual em sentido contrário, isso é lei da Física. Então, quanto mais a escola se democratiza, mais contribui para formar, para educar cidadãos democráticos. Isso não quer dizer que a escola vai resolver o autoritarismo na sociedade, mas dará uma importante contribuição”, ponderou.

Além da secretária da APP, também palestraram na audiência a psicóloga e mestra em Psicologia Vera Regina Miranda, Leoni Maria Padilha Henning, professora da UEL – que lançou o livro “Violência, indisciplina e educação” após a audiência; e a representante da Secretaria de Estado da Educação (Seed), professora Fernanda Scaciota da Silva.

Projeto de lei – Ao falar na audiência, o Professor Lemos anunciou a apresentação de um projeto de sua autoria e do deputado Evandro Jr, presidente da Comissão de Educação da Assembleia, sobre a criação e aplicação de políticas antibullying nas escolas. A proposta, segundo Lemos, apesar de já ter sido apresentada, ainda pode receber contribuições da sociedade.

“O texto é fruto de debates anteriores, inclusive discussões promovidas por nós na Comissão de Educação, e também é baseado em leis que já existem, a exemplo do Rio Grande do Sul e Curitiba. Mas ele não está fechado. Queremos que as pessoas leiam e contribuam no que considerarem importante”, destacou. As contribuições podem ser encaminhadas ao e-mail do mandato do deputado: [email protected].

:: Clique aqui para ver o projeto no site da Assembleia

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