APP-Sindicato relata ao MPT casos que mostram péssimas condições de trabalho nas escolas estaduais

Número insuficiente de funcionários(as), EPIs inadequados ou de má qualidade, banheiros sem torneiras, forro do teto tomado por cupins e nada de internet. Esse é um resumo dos problemas em escolas da rede pública estadual relatados pela APP-Sindicato ao Ministério Público do Trabalho, em ação que investiga a falta de condições de trabalho dos profissionais da Educação. “Nossa ação em busca de melhores condições de trabalho continua com a juntada de provas que fizemos no processo”, afirma Nádia Brixner, secretária de Funcionários da APP-Sindicato.

A ação investigatória foi iniciada pelo promotor Alberto Emiliano de Oliveira Neto em fevereiro deste ano, depois que a APP solicitou ao Ministério Público do Trabalho que intermediasse negociação com a Secretaria de Educação e com a Procuradoria Geral do Estado (PGE), diante da iminência do encerramento dos contratos de 9.700 trabalhadores(as) da Educação no final daquele mês. A APP-Sindicato argumenta que demitir esses(as) funcionários(as) ameaça o bom funcionamento de nossas escolas.

As informações juntadas pela APP-Sindicato à investigação incluem casos como o Colégio Dom Pedro II, em Curitiba, onde todos os funcionários agentes educacionais 1 são PSS. Com a demissão deles, a escola não teria como funcionar. A situação é a mesma no Colégio Agrícola de Diamante do Norte. Outro problema grave é o descaso do Governo Ratinho Jr com a biossegurança nas escolas estaduais, pois muitas delas receberam Equipamentos de Proteção Individual de má qualidade ou em quantidade insuficiente – relatos de luvas pequenas demais, máscaras de péssima qualidade e macacões de plástico muito frágil estão registrados no documento.

Esses funcionários(as) ameaçados(as) de  demissão serão ainda mais necessários quando ocorrer a volta às aulas presenciais, pois serão eles os responsáveis por fazer cumprir o protocolo biossegurança para conter a disseminação do coronavírus. A despeito disso, o Governo Ratinho Jr os ameaça com demissão todos os meses desde o início do ano. Essas demissões inviabilizam a implantação do protocolo de segurança nas escolas, pois reduz em 36% o número de agentes educacionais que trabalham na secretaria, na limpeza, na merenda, entre outras atividades.

“Vamos continuar lutando pela prorrogação dos contratos dos PSS, pela revogação da Lei 20.199 e pela garantia de concurso público para funcionários e funcionárias de escola”, afirma  Nádia Brixner, secretária de Funcionários(as) da APP. A lei 20.199 foi editada no ano passado e possibilita ao Governo do Estado terceirizar a contratação de trabalhadores, inclusive na Educação. O Governo abriu licitação para contratar empresas para prestar serviços de limpeza, manutenção e merenda nas escolas, por exemplo, mas o processo é demorado e não garante a substituição da mão de obra em todas as escolas do Paraná. “Seguimos acompanhando o processo no MPT e reafirmando nosso compromisso em defesa da escola pública. Isso só acontece com profissionais respeitados e valorizados”, diz Nádia.

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