Atos da APP-Sindicato pressionam Seed a discutir revisão das políticas de adoecimento e assédio nas escolas

Os atos públicos realizados nesta quinta-feira (12) em frente à Secretaria de Estado da Educação (Seed), em Curitiba, e aos Núcleos Regionais de Educação pelo estado resultaram na realização de uma reunião com diretores(as) da pasta. No encontro, a direção estadual da APP-Sindicato exigiu o fim das políticas de pressão e assédio nas escolas que têm levado a categoria ao adoecimento.

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“Apresentamos nossa avaliação de que a política educacional organizada em metas e cobranças tem levado ao nosso adoecimento e gerado práticas de assédios nas escolas, por causa do cumprimento de metas, e não só as de interação nas plataformas. Nosso Movimento Plataforma Zero inclui o debate sobre metas de frequência e notas dos(as) estudantes, mas também sobre assédios com processos e ameaças às direções que não cumprem as metas impostas”, resumiu a presidenta da APP, Walkiria Mazeto. 

Walkiria ressalta que o ambiente escolar com metas e cobranças tem levado ao adoecimento dos(as) educadores(as), sem atingir a melhoria no aprendizado dos(as) estudantes. “Ao contrário, esse sistema tem obrigado as escolas a falsear os dados para atingir metas”, aponta. “Denunciamos as abordagens de embaixadores e tutores, com mensagens à noite e nos finais de semana. Queremos que isso acabe”, acrescenta.

Os(as) representantes da Seed na reunião alegaram que precisam do monitoramento nas plataformas para acompanhar o que acontece nas escolas. “Nós dissemos que uma coisa é observar a aprendizagem, isso sempre foi feito nas escolas. Mas a gente nunca precisou bater meta de 85% de frequência diária, que nem sempre é possível, pois tem dia que a frequência é de 100%, mas tem dias chuvosos ou que o transporte não passa, e a frequência cai”, relata Walkiria.

A presidenta da APP reforça que o problema não é fazer a busca ativa dos(as) estudantes que faltam às aulas, pois isso sempre foi feito. “O problema é o(a) diretor(a) não bater a meta de 85% de frequência dos(as) alunos(as) e ter um processo aberto contra ele, com a ameaça de perder o cargo”, afirma. “Mostramos que o que está sendo feito não é só monitoramento, é um processo de controle, com premiação e punição”, completa.

Os(as) representantes da Seed alegaram desconhecer casos de assédio contra diretores(as) que não cumprem as metas, mas a APP rebateu com casos concretos. “A Seed nega perseguições e então apresentamos processos de avaliação abertos contra diretores de escola pelos NREs. A Seed ficou de analisar esses casos”, diz Walkiria.

Ficou acertada a criação de três grupos de trabalho para discutir e avançar nos seguintes pontos: fim da obrigatoriedade de interação nas plataformas digitais, alteração na lei que obriga diretores(as) de escola a cumprir metas impostas pelo governo e fim do assédio dos Núcleos Regionais de educação aos(às) diretores(as) de escola. 

Plataforma Zero

A APP mantém a orientação aos(às) professores(as) de que não interajam nas plataformas digitais, para que a autonomia pedagógica seja restabelecida.  “O Movimento Plataforma Zero tem o objetivo de pôr fim à obrigatoriedade de interação, que tem que depender do professor. Estamos orientando também que não participem caso sejam chamados para reuniões de cobrança de metas”, afirma Walkiria.

“Seguimos na luta para que consigamos fazer nosso trabalho sem adoecimento”, afirmou Walkiria após a reunião. A APP quer debater com a Seed o aumento do número de afastamentos de educadores(as) por motivos de saúde. “Temos que discutir também o porte das escolas, para que tenhamos funcionários em número suficiente para fazer a merenda e limpar a escola sem adoecer”, indica.

Além de Walkiria, participaram da reunião o secretário Geral da APP, Celso Santos, a secretária executiva Educacional, Margleyse Santos e a secretária executiva de Comunicação, Cláudia Gruber. A Seed foi representada pelos(as) diretores(as) de Tecnologia, Jurídico, Pedagógico e de Gestão Escolar, além do diretor geral, João Luiz Giona Junior.

>> Álbum de fotos: Ato Plataforma Zero

Confira abaixo o documento entregue à direção da Seed e dos NREs.

Carta_NREs_corrigida_120625

Clique aqui para baixar arquivo.

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