Mais de 1.200 sindicalistas da educação de mais de 150 países estão reunidos desde o início desta semana em Buenos Aires, Argentina, debatendo a defesa da educação pública de qualidade, dos direitos dos(as) educadores(as) e da democracia. As discussões acontecem no 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação.
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A secretária de Assuntos Jurídicos da APP-Sindicato e vice-presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Marlei Fernandes, participa do evento. Ao usar a tribuna nesta quinta-feira (1º), a dirigente chamou a atenção da plenária para o avanço de grupos extremistas e destacou que esse movimento tem utilizado a internet para alcançar crianças, adolescentes e jovens com suas ideias antidemocráticas.
“Estamos vivenciando os procedimentos da extrema-direita. Há muito tempo estamos na luta contra esse movimento, que é financiado por think-tanks, grandes empresas mundiais. A extrema direita traz aos nossos países essa configuração e recursos, principalmente através das redes sociais e domínios em nossas comunidades, atingindo também nossas crianças, jovens e adolescentes”, disse.
Marlei concluiu seu discurso fazendo a denúncia dos ataques orquestrados por políticos da extrema direita que atuam no Brasil contra a educação pública e contra a gestão democrática das escolas, como a implantação de escolas militarizadas instituídas no Paraná pela gestão do governador Ratinho Jr. (PSD).
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“Não há escola pública democrática sem que haja democracia em nossos países. Portanto, lutamos de muitas formas e também contra o fenômeno das escolas militarizadas no Brasil, onde militares vêm assumindo as nossas escolas. Não podemos permitir”, afirmou.
A presidenta da APP, Walkiria Olegário Mazeto, e o secretário executivo de Assuntos Municipais da APP, Antônio Marcos Rodrigues Gonçalves, também estão participando do Congresso representando a educação pública paranaense.
Defesa da democracia
O 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação teve início na última segunda-feira (29) e termina hoje (2). O evento tem como tema “Crescendo nossos sindicatos, elevando nossas profissões, defendendo a democracia”.
As discussões e decisões guiarão o trabalho da Internacional da Educação (IE) nos próximos anos. Os delegados(as) do Congresso também vão eleger o próximo presidente e os membros do conselho executivo da organização.
Segundo a CNTE, além da organização sindical, o encontro pauta a valorização dos profissionais da educação, a defesa da democracia, a luta contra a privatização da educação pública e a crise climática.
Em editorial (leia a íntegra no link abaixo) , a confederação destacou a relevância das discussões e lembrou que esses temas estarão em debate durante reunião com ministros da Educação dos países do G-20, em outubro deste ano, em Fortaleza (CE).
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