Nesta quarta-feira (20), foi realizada na Assembleia Legislativa do Paraná a audiência pública “Economia do Cuidado e os impactos na vida das mulheres”, organizada pelo mandato da deputada Ana Júlia em parceria com a Secretaria Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, representada pela secretária Rosane Silva.

A discussão central da reunião foi a aplicação da política de cuidados no Paraná. Buscando a visibilidade do trabalho das mulheres, representantes politicas, sindicais e sociais se reuniram para discutir o tema.
O trabalho de cuidado não remunerado se refere ao serviço realizado sem pagamento algum e que se desenvolve majoritariamente na esfera privada. As mulheres ficam majoritariamente responsáveis por tarefas diárias, enquanto os homens se ocupam de tarefas normalmente realizadas com menos frequência.

A deputada Ana Júllia reafirmou a necessidade do reconhecimento e da remuneração dessa forma de trabalho. “Nós precisamos levar esse debate para as mulheres que realmente precisam desses direitos reconhecidos, que são as mulheres trabalhadoras. A elas que sempre foi negada a igualdade de gênero.”
Taís Adams dirigente da Secretaria da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTI+, esteve presente e destaca a importância do debate.

“Quando nós falamos de autonomia econômica, sabemos que isso está relacionado à independência das mulheres e a diminuição da chance de que elsa estejam sujeitas a uma relação de violência. Considerando a divisão sexual do trabalho, o trabalho reprodutivo e doméstico não gerar lucro e, por isso, é desvalorizado. Assim como as profissões associadas ao cuidado como, por exemplo, a educaçãol”, afirma Taís.
Rosane da Silva pontuou a diferença do tempo gasto em trabalhos domésticos entre os gêneros, enquanto mulheres gastam cerca de 21 horas semanais, homens gastam cerca de 11 horas. “Também é preciso relevar a diferença entre mulheres brancas e negras, em um ano, a diferença de 2,4h, se tornam 10,5 jornadas de trabalho de oito horas.”

Trabalhadoras da APP e as dirigentes estaduais Vanda Santana, Marlei Fernandes e Marcia Oliveira também marcaram presença, representando a entidade e a voz das mulheres educadoras.
Audiência Pública – Economia do cuidado na vida das mulheres – Curitiba – 20/03/2024

>> Leia também
:: Baixe o material especial do #8M
:: Composta majoritariamente por mulheres, educação tem poder de reduzir as desigualdades de gênero
:: Mulheres paranaenses têm o menor rendimento médio entre as trabalhadoras da região Sul do Brasil
:: APP realiza bate-papo com trabalhadores(as) sobre disparidades de gênero e trabalho de cuidado
:: Com baixa representatividade, mulheres negras configuram apenas 6% das vereadoras no país