Como explicar que, mesmo sendo maioria nas universidades e na população, as mulheres ainda ganham menos que os homens e são minoria nos espaços de poder? Mesmo com a aprovação de leis e avanços nos últimos anos, as estatísticas ainda mostram um cenário de grandes desafios.
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Para a secretária da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTI+ da APP-Sindicato, professora Taís Adams, as soluções para o problema vão além da legislação. Ela defende que a educação é um caminho estratégico para mudar essa realidade, por ser um espaço de formação cidadã e crítica.
“Nossa luta vai além da sala de aula e precisa estar presente nas políticas públicas e nas práticas cotidianas. O machismo e a misoginia precisam ser desafiados também para combater a violência de gênero”, reforça Taís, destacando dados da Rede de Observatórios da Segurança de que no Brasil uma mulher é vítima de violência física a cada quatro horas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as brasileiras ganham, em média, 21% a menos que os homens, mesmo apresentando maior escolaridade. Atualmente, apenas 18% das cadeiras no Congresso Nacional são ocupadas por mulheres, segundo a organização Gênero e Número. Nas eleições municipais de 2024, apenas 12% das prefeituras brasileiras foram conquistadas por mulheres, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A luta por equidade exige uma mudança cultural e estrutural em todos os espaços, da escola ao ambiente de trabalho, para frear a violência de gênero”, afirma a dirigente, mencionando que no dia 26 de agosto é celebrado o Dia Internacional da Igualdade Feminina.
“Que essa data não seja apenas comemorativa, mas um lembrete de que a igualdade de gênero ainda é um objetivo a ser conquistado, como um compromisso coletivo, de coragem política e de mudança de mentalidade. É preciso garantir oportunidades reais, espaços de voz, segurança e respeito para todas as mulheres”, finaliza Taís Adams.
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