O Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES) publicou, na última quinta-feira (8), uma nota pública condenando a disparidade salarial e o tratamento que os(as) servidores(as) do Executivo recebem por parte do governador Ratinho Jr. (PSD).
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A nota foi publicada após o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Alexandre Curi (PSD), sinalizar que os(as) trabalhadores(as) do estado podem ficar sem reajuste, enquanto servidores(as) de outros poderes, como o Legislativo e o Judiciário, já têm previsão de pagamento da data-base, com retroativo.
De acordo com Curi, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já encaminhou um projeto para repor a inflação com base no IPCA (5,53%), com pagamento retroativo a maio. Servidores(as) do Ministério Público do Paraná (MP-PR), do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) e da Alep também teriam a reposição da inflação.
“Mais uma vez, a parcela do funcionalismo público do Paraná mais bem remunerada terá seu direito à data-base garantido, tendo os seus salários reajustados pelo índice da inflação. Enquanto isso, as categorias de servidores públicos pertencentes ao quadro do Poder Executivo amargam mais de 47% de arrocho salarial, visto que o Governo Ratinho Jr. não reajustou os salários ao índice da inflação durante quase 7 anos dos seus dois mandatos. Os índices aplicados aos salários do Poder Executivo (2% em 2020, 3% em 2022 e 5,79% em 2023) correspondem à inflação acumulada do Governo Beto Richa”, aponta o comunicado.
A nota é, também, uma resposta à declaração de Ratinho Jr., onde o governador disse que não atende sindicatos há sete anos e que “não trabalha para sindicatos, mas para o povo”.
A declaração reforça o viés autoritário de Ratinho Jr., que não aceita ser confrontado por representantes legítimos da classe trabalhadora, se importando apenas com sindicatos patronais que não desafiem a imposição de suas propostas neoliberais e que aprofundam a entrega dos cofres do Estado para a iniciativa privada, a partir de terceirizações, privatizações e outros negócios obscuros.
“Cumpre destacar que, nos últimos anos, sequer os sindicatos têm conseguido estabelecer uma mesa de negociação, o que dificulta ainda mais a possibilidade de avançarmos em uma solução para esse grave problema. Ao contrário disso, em entrevistas, o Governo Ratinho Jr. se vangloria por não receber os representantes de sindicatos para tratar da pauta salarial, mais especificamente no que diz respeito à data-base”, destaca o Fórum.
O FES reforça ainda que a data-base não é aumento, mas um direito constitucional que garante a manutenção do poder de compra dos salários, indicando que apenas a união da categoria pode garantir que o governo abra uma mesa de negociação.
:: Confira a nota na íntegra:
