Um homem contratado por uma empresa terceirizada para trabalhar dentro de uma escola pública da rede estadual no município de Leópolis, no norte do estado, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por tráfico de drogas, constrangimento, fornecimento de álcool para adolescentes e estupro de vulnerável.
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O caso é mais uma ocorrência grave que se soma à lista de problemas já denunciados pela APP-Sindicato em decorrência da decisão do governador Ratinho Jr. (PSD) que acabou com a carreira dos(as) funcionários(as) de escola contratados(as) por concurso público e com qualificação profissional para atuar nas escolas e em contato com os(as) estudantes.
“Esse caso confirma os motivos da nossa contrariedade às terceirizações, onde apontamos o risco de entregar um cargo fundamental para o funcionamento da escola para empresas que visam apenas o lucro e não a qualidade da educação”, comenta a secretária de Funcionários da APP-Sindicato, Elizabete Eva Almeida Dantas.
Segundo a denúncia apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça de Cornélio Procópio, o homem tem 22 anos e está preso preventivamente desde abril. A identidade do acusado não foi divulgada. De acordo com uma matéria publicada pelo portal G1 Paraná, a investigação começou após a mãe de uma das vítimas ir até o Conselho Tutelar e a Polícia Civil para fazer uma queixa sobre prática de bullying contra sua filha que teria sido praticada pelo denunciado.
A partir da denúncia, outros pais procuraram o Conselho Tutelar para denunciar que o funcionário terceirizado oferecia bebidas alcoólicas e entorpecentes aos(às) estudantes. O MP-PR apurou que o funcionário entorpecia os(as) estudantes e cometia estupro de vulnerável. A investigação identificou, até o momento, três vítimas. O Ministério Público divulgou ainda que denunciou uma mulher que, na companhia do acusado, teria participado da prática de atos libidinosos com os(as) adolescentes.
Para a dirigente da APP-Sindicato, não existe garantia para a população de que novos casos como esse não venham acontecer, o que reforça o fato de que as terceirizações, além de um risco para os(as) estudantes, precariza a profissão e só garante mais lucro para os empresários.
“Estamos lutando para que o secretário da Educação, Roni Miranda, e o governador revoguem as terceirizações, realizem concurso público para os Agentes I e II, além de garantir a formação continuada, valorização salarial e condições dignas aos trabalhadores”, enfatiza Elizabete.
